Um código que começou com uma crise
O Legal Entity Identifier (LEI) não é apenas mais uma exigência de conformidade — é um sistema criado para restaurar a confiança nas finanças globais.
Após a crise financeira de 2008, os reguladores de todo o mundo aperceberam-se de algo alarmante: não existia uma forma unificada de identificar entidades jurídicas entre mercados. Como resultado, era quase impossível avaliar quem devia o quê a quem e onde se concentrava o risco.
Para resolver isso, o G20 solicitou ao Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) que concebesse uma solução. Essa iniciativa deu origem ao Sistema Global de Identificadores de Entidades Jurídicas (GLEIS).
A Global Legal Entity Identifier Foundation (GLEIF), uma organização sem fins lucrativos com sede na Suíça, governa o sistema LEI desde 2014.
Até hoje, as organizações obtiveram mais de 2,9 milhões de LEIs em mais de 200 jurisdições — tornando o LEI um dos identificadores globais para empresas mais amplamente reconhecidos.
👉 Saiba mais sobre o modelo de governação da GLEIF
Como funciona o sistema LEI
A GLEIF não emite LEIs diretamente. Em vez disso, o sistema LEI é suportado por uma rede de:
- Local Operating Units (LOUs) – organizações acreditadas que validam dados das entidades e emitem LEIs.
- Agentes de Registo (RAs) – empresas que ajudam as organizações a solicitar ou renovar LEIs em cooperação com uma LOU.
Esta estrutura em camadas garante que o sistema é normalizado globalmente, mantendo-se acessível localmente. Todos os dados de LEI são públicos e pesquisáveis através do índice de LEIs da GLEIF.
Quem precisa de um LEI – e porque é importante
Os LEIs são obrigatórios em muitas jurisdições para atividades como:
- Negociação de derivados
- Transações de valores mobiliários
- Relato regulamentar ao abrigo do MiFID II, EMIR, Dodd-Frank, entre outros
Mas, mesmo para além da regulamentação, os LEIs estão a ganhar popularidade como um âncora universal de confiança.
As empresas utilizam LEIs para:
- Acelerar verificações de KYC e AML
- Simplificar pagamentos transfronteiriços (especialmente ao abrigo da ISO 20022)
- Verificar fornecedores e parceiros em cadeias globais de aquisição
- Mapear estruturas de grupo complexas e relações de propriedade
- Preparar uma identidade digital preparada para o futuro com LEIs verificáveis (vLEIs)
Instituições internacionais como o FMI, o GAFI e o BIS CPMI aprovaram o quadro do LEI como ferramenta para combater o crime financeiro e reforçar a transparência dos mercados.
LEI como sinal de qualidade – não apenas um requisito a cumprir
Muitas empresas obtêm um LEI simplesmente porque é obrigatório. Mas algumas utilizam-no como uma vantagem estratégica.
Ter um LEI válido — e mantê-lo atualizado — diz muito sobre a sua organização:
- Está oficialmente registada e é rastreável
- É transparente quanto à sua estrutura de propriedade
- Valoriza a confiança, a qualidade dos dados e a transparência
Em muitos setores, o LEI está a tornar-se um selo de qualidade. Mostra a bancos, parceiros e reguladores que a sua empresa leva a conformidade a sério e mantém registos limpos e atualizados.
Apoio local para um sistema global
Embora o sistema LEI tenha sido criado para garantir consistência global, só funciona graças aos prestadores de serviços locais. São eles que ajudam as empresas a candidatar-se de forma simples e eficiente.
Um exemplo é a LEI System OÜ, um Agente de Registo acreditado que trabalha com o parceiro LOU RapidLEI. A LEI System apoia empresas em todo o mundo com:
- Emissão de LEI rápida e totalmente automatizada
- Interfaces e apoio ao cliente multilingues
- Apoio personalizado com base na regulamentação local
- Renovações eficientes e atualizações de propriedade
Com alcance global, a LEI System garante ainda assim que cada país recebe um serviço relevante a nível local. É assim que um sistema internacional complexo se torna simples e acessível para as empresas do dia a dia.
👉 Como solicitar um LEI com a LEI System
Novo nos LEIs?
Se está a começar, recomendamos que leia primeiro a nossa página de visão geral:
👉 O que é um LEI?
Explica o que é o Identificador de Entidade Jurídica, quem dele necessita e como é utilizado nas finanças globais.
Este artigo desenvolve essa base, explorando a origem do sistema, a sua governação e o valor estratégico para as empresas.
Reflexões finais – o LEI cria confiança competitiva
O Identificador de Entidade Jurídica não é apenas um código — é um passo rumo a um ambiente empresarial mais transparente, fiável e digitalmente conectado.
Ao adotar o sistema LEI, as empresas colocam-se numa melhor posição para:
✅ Acelerar transações transfronteiriças
✅ Construir relações mais fortes com parceiros e reguladores
✅ Reforçar a sua identidade digital para o futuro
✅ Ganhar visibilidade e confiança numa economia global
Num mundo em que qualidade dos dados, identidade e transparência são mais importantes do que nunca, o LEI deixou de ser opcional — é estratégico.